durmo nas fraldas do equívoco
com os pés vivos e a cabeça morta
no chão
ao lado dos chinelos
epístolas descansam
abraçadas ao tapete
bebendo a dor dos passos vencidos
rebentam trovões no quarto vil
são sinos que ladram e cães que tocam
a sinfonia duma manhã que não quero
ainda não adormeci
e já me acordam
onde está a leiteira
que pão cozeu o padeiro
que horas são
que dia é
que missa me serviram na véspera
que papa-hóstias me amaldiçoou
porque não posso dormir em lençóis de linho
frente à janela que me dê meia-lua
aberta ao som duma harpa de sonho
que me acalme os pés
e desperte a cabeça para o sossego
que trapos me vestem
então que desperto
deitei-me com vinho e sem sono
durmo nos vapores do mal-entendido
porque dormir
é arte
que perdi
ao te deixar acordar sem mim
ferool
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