vejo um escorpião no céu de março
tão branco que duvido
que seja da época
tão bem desenhado no azul chorão
duma noite sem confusão
agora já não é
transformou-se em cão
um cão de rabo ramalhudo
e de orelhas sem barbeiro
é verídico o que digo
um cão que valeria dinheiro
nas praças de Milão ou de Genebra
tão bela parece a sua catadura
vi isto agora
como na guerra
é em directo...
- uma esquisitice da natureza -
que mostrar mais neste céu calmo
para fazer esquecer o barulho da cidade distraída
fico de olhadura cravada na cúpula celeste
os bichos diluíram-se na estreia da cúpula nocturna
de repente
mais nada
apenas nuvens altas que nada informam
continuo na espreita para vos informar
mas creiam...
vi claramente a forma dum escorpião
que se transformou em cão
e depois em mais nada
num céu na altura do lusco-fusco
num dia-noite que não sei chamar
nada mais me mostra
ou nada mais sei ver.
ferool
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário